BLACK N SOUL
Luiza Villavicencio
Liniker, nome esquisito esse né? Mas lembra alguém né? Lembra
futebol, jogador... Ah é! Gary! Grande Gary... como pude me esquecer dele? O
melhor artilheiro da Inglaterra em copas do mundo! Mas não é do grande Gary que
a gente vai falar, é sobre um outro Liniker, Liniker Barros um carioca
transexual que usa dread locks.
Desde quando estava na barriga da sua mãe,
Barros era pensado no perfil atlético de grande Gary Liniker (por isso o nome),
as esperanças de seus pais eram de que o garoto tivesse uma carreira de sucesso
e “fosse o futebol”, como o craque. Mas Barros nunca vestiu uma chuteira, nunca
pisou num campo de futebol e nunca nem optou por ser profissional. Ele não se
misturou na laia dos garotos ordinários, em vez disso preferia espiar na casa
da vizinha, os homens compondo sambas, debruçados em cadernos e cavaquinhos.
O moço gosta mesmo é de maquiagem, brincos, colares, saias,
turbantes, principalmente quando está no palco. É, pois é, o garoto que era
destinado a se tornar um craque do futebol acabou virando uma sensação na
internet com seu EP com três faixas: “Louise du Brésil” “Caeu” e “Zero”, o
vídeo tem 1,5 milhões de visualizações até agora.
Todos estão sempre observando com curiosidade
e empatia o rapaz com seu batom vermelho sob o fino bigode e a naturalidade com
que ele veste roupas femininas. O problema minha gente, é que não se devia
olhar com curiosidade ou estranhamento para qualquer um, incluindo gente LGBT.
Outro dia eu vi um casal gay, de mãos dadas na rua e exclamei pra minha irmã
“relationship goals” (em português=“casal modelo”). Mas aí reparei, ser (neste
caso) gay, é igual ter olho azul ou marrom, cabelo loiro ou ruivo, pele negra
ou clara, não é motivo pra encarar.
De batom, negro, trans, ele é bonito do jeito que é!
Beijinho no ombro pra vocês que não concordam.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário